Nem sempre sei quem sou e o que quero. Perco-me na realidade que cruza os vários planos horários que variam ao longo do dia. Nem em todas sei quem sou. Nem o que quero, e ainda com menos frequência, o que realmente mereço.
Faço divagações entre o passado e o futuro, tentando orientando o presente para soar com o local de onde venho, direcionado para onde quero ir. Nem sempre corre bem, porque falta muita vez a noção do que quero, e do que sou. É mais ou menos o afinar de uns instrumento, mas só afinando uma corda de cada vez que se toca. Uma nota afinada não torna uma música equilibrada.
E assim sigo, sem saber se sou passado, presente ou futuro. Sem saber onde piso e onde estou. Perdida, entre o fim e o princípio de coisa nenhuma.
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