quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ouço uma música. Canto-a mentalmente. Depois, fecho os olhos. E começa a dança. Os sons vão e vêm, e as sensações vão e vêm...
E é então que surge. Tal como sempre. Primeiro lentamente, depois mais apressada, até que chega à velocidade original.
Recordações.
Boas e más.
E mexemos no tempo, para traz e para a frente. Brincamos com ele.
 E assim, os momentos duram o tempo que nós queremos...Só não dura para sempre.

terça-feira, 27 de julho de 2010

E..Boas Férias!

"Esta é a altura do ano em que os portugueses, depois de um ano de trabalho (os que ainda têm trabalho), pegam nas suas economias (aqueles que não tinham o dinheiro em bancos que faliram), e vão agora de férias (aqueles que podem dar-se ao luxo de ter férias). E vão, de certeza, com a sensação de que deixam o País arrumado. O Presidente da República diz que a situação é insustentável. Um antigo Presidente e um candidato à Presidência dizem que ele não pode dizer que a situação é insustentável. O primeiro-ministro diz que estamos muito bem. A oposição diz que ele não pode dizer que estamos muito bem. Portanto, podemos ir de férias descansados. E esclarecidos.


A primeira tarefa do cidadão que começa a gozar o merecido descanso é pagar a não menos merecida sobretaxa de IRS sobre o subsídio de férias. O cidadão sabe, porque já lho disseram, que andou a viver acima das suas possibilidades, e por isso chegou a hora de pagar. O cidadão, que tem a mania das grandezas, pensou que podia viver à tripa-forra, num desses países modernos que premeiam os administradores das suas empresas com bónus milionários. Não, caro cidadão. Tudo isso lhe deu status e qualidade de vida, é indesmentível. Mas não é gratuito. Quem quer viver numa sociedade assim, paga.

A segunda tarefa é escolher um destino de férias. Tanto os destinos mais baratos, como uma semana com tudo pago nas Caraíbas, como os mais caros, como um fim-de-semana com meia pensão no Algarve, parecem excessivos para o seu orçamento. Uma hipótese é meter a família no carro e, como recomendou Cavaco Silva, ir para fora cá dentro. Uma opção que traz alguns problemas. Primeiro, há que meter gasolina, o que não é barato. Depois, talvez seja boa ideia comprar uma água e um papo-seco para a viagem. Mas com cautela, na medida em que o IVA sobre os bens essenciais subiu um por cento. Os milionários que tiverem dinheiro para depósito cheio e farnel poderão fazer-se à estrada, embora conscientes de que mais cedo ou mais tarde vão passar numa SCUT, daquelas que não eram pagas mas entretanto passaram a ser. Antes disso, num semáforo, ainda são capazes de topar com o ministro das Finanças com um chapéu virado ao contrário a pedir nem que seja a moeda mais pequena, em busca de receitas extraordinárias. Em princípio, depois de percorrer 50 quilómetros, o cidadão já não tem dinheiro e tem de voltar para casa. Essa é a terceira tarefa. Boa sorte."

Ricardo Araujo Pereira, in VISÃO

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cansaço

Querer fechar os olhos e não conseguir, e deles emanarem lágrimas secas, de cansaço também, de tão cansadas de chorar;caminhar e não parar, não querer não conseguir, de tão cansada de andar, correr; falar e não sair voz, sufocar de tão cansada, de gritar; escrever, contar, e de tão cansada,riscar, rasgar; comer, e de tanto cansaço  não ter fome, cambalear; cansaço, é não saber o que dizer, e ter tanto para falar, cansaço

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Passo a Passo...um ano depois!

Foi por acaso que ontem me dei conta que este espaço faz um ano. Um ano, 365 dias, 110 posts depois... Não sei se mudei a vida de alguém, se fiz alguém gostar do que escrevo, se cativei o gosto pela escrita ou se desiludi pessoas. Mas, sinceramente, não penso que isso seja o mais importante nem o objectivo disto. Aliás, não há objectivo.
 Dei asas a palavras sem sentido, e brinquei com elas. Mostrei tolices que pessoas me disseram para mostrar, porque acho que elas tinham (e têm ) razão!
Fiz graças a este espaço, e mais do que antes, da escrita um hobby. Divulguei autores, excertos, e vídeos do que gostava. Mas ainda não sei por "contador de visitas" nem incorporar vídeos do YouTube, Nem por musicas, nem escrever muitas coisas sobre as quais gostava de um dia saber, e dar opinião. Ainda tenho muito, muito para aprender....dia a dia, passo a passo, um ano de cada vez...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Leituras...

Ler faz-nos ligar certos interruptores. Faz-nos ver os factos, e não as coisas. Ler é perceber a mente de cada personagem. Perceber os medos. Perceber as escolhas. Perceber as consequências das escolhas. Ler é mais do que folhear livros. Ler é perceber as relações causa-efeito, é perceber as 3 dimensões do tempo: presente, passado e futuro. É perceber o quanto nós mandamos na nossa vida, e como somos nós que, em último caso, podemos tudo. Ler é tocar em pontos de vista, em situações que não iríamos viver e pensar nelas. Ler é no fundo, estimular-nos a ser mais, e ser melhor. Ler é ligar interruptores da nossa mente, e perceber as coisas de fora para dentro, e de dentro para fora..

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A maior lição que se tira de tudo, é que os erros do passado seriam facilmente evitados com coragem.
O futuro seria muito mais risonho se no presente arriscássemos mais.
Aqui, conseguimos ver as 3 dimensões do tempo: o presente, o passado, e o futuro. E perceber que o lado mais difícil das coisas é assumir. A partir do momento em que se assume, nada é mais fácil que a facilidade com que as coisas acontecem.

Sobre "Ao Anoitecer" de Susan Minot

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tudo e nada

Há coisas que começam e acabam, outras que simplesmente nunca terminam.
Há preto e branco que se transforma num arco-irís que por muitos minutos fica cinzento. Mas não deixa de ter cor.
Há coisas que fazem sorrisos, e há sorrisos que fazem e transformam muita coisas.
Pessoas: O que somos? Para que somos? Como vivemos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

"A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas os nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que estejamos sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguer, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz das velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinónimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se temos pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prémio. Não sejamos vítimas ingénuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente o seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormentam e provocam inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade."

Mário Quintana

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Às vezes dava jeito termos o poder de cortar pedacinhos de nós, e de os deixarmos a quem de direito. Assim, nunca teríamos coisas a mais. Coisas que são nossas, mas que não nos pertencem. Que são mais do que coisas.