quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Criançar

Ser criança depois de querer ser adulto, ser pequeno quando já cabemos nos carroceis da feira. Ser criança é ter um espírito que balança. É correr sem parar, sem meta para chegar. É puxar o cabelo, sem intenção de fazer chorar. É agarrar na terra, é sentir a terra. É ver clássicos filmes de infância, e recordar cada cena, cada fala... É jogar ao molha, e rir de disparates, e contar os disparates que fazemos. Ser criança é também recordar trapalhices de criança. Gostar de uma criança. Ter olhos a brilhar. Cantar, rir, divertir e desafinar. Mesmo com pessoas a olhar, e com guitarras, sem se saber tocar. E chorar. E dançar. Ripostar. Dizer o que se pensa. Saber que as pessoas podem errar. Brincar. Sonhar. Descobrir cheiros e ter nódoas na camisola. E usar uma camisola com desenhos. Comer um gelado até derreter nas mãos.  Ver o mundo girar. As nuvens passar. Achar mágicas as bolas de sabão. E as estrelas cadentes. E dormir na rua, e tagarelar e falar sozinha. E perguntar. E não utilizar verbos conjugados.  Criançar no fundo, é ser criança. É ser muito mais que tudo. É inocência consciente e responsável. Criança. Depois de já não o sermos.

Tu, és criança?

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Catapultas

Quando o Mundo ainda não era o mundo que hoje em dia conhecemos, quando o ser Humano era primitivo em muita coisa, e sincero em tudo, alguém inventou a catapulta.
Agora, tantos milhares de anos depois, seria um meio de transporte óptimo para uma escapadinha do mundo. Viajar em queda livre pelo mundo, pelo sistema, pela galáxia. Com uma catapulta, sairíamos de casa sem nessecitar de esforço, sem o barulho de carros, sem o medo e o desconforto de aviões, barcos, ou outros meios de transporte. Seria a liberdade, enfim, na sua expressão mais natural e primitiva.
Seria depois, aterrar num Mundo de sonhos, viver em nuvens de algodão doce ( tão banal, e tão reconfortante), e seria também ter uma máquina do tempo, que andaria no propósito inverso da felicidade. Quando ela era muita, o tempo quase parava, vagueando por entre sorrisos, loucuras e amor. Quando não era assim tanta, a máquina ganharia velocidade, perderia travões. Até a boa energia a abrandar outra vez.
Seria assim, mais ou menos o Mundo perfeito. Quotidiano, mas com catapultas para o Mundo de Sonhos, e sempre que alguém tivesse a monotonizar e esquecer o verdadeiro propósito da vida, a catapulta primitiva puxaria-nos para o interior de nós, e saberíamos quem nós somos. Sempre que fosse preciso, sempre que a catapulta aparecesse.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ao longo do dia, milhões de sinapses dão origem a milhões de ideias. O tempo que passa entre o momento do surgimento dela, até o amadurecimento é de tal forma extenso, que, sentada em frente ao computador, elas viajam para longe, longe... Terei de começar a aprisona-las com lápis e papel, guarda-las muito bem, e colhe-las em casa. Para depois, aqui as dar à luz. Não literalmente, claro!

sábado, 25 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Neste momento

Hoje, gostava de escrever, gostava de não acabar. Gostava de estagnar o tempo todo num só momento. Hoje, queria ser egoísta, e ter tudo para mim,
Hoje, queria ser criança. Ou ser mais velha, e ter na mesma esperança. E aproveitar este tempo.
E escrever mais, brincar mais, sonhar mais, dançar mais.
Hoje não, Agora!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Como ler Lobo Antunes.

Uma pessoa gosta de ler. Lê jornais, lê revistas. Nada de literário, nem de "ilêgivél". Depois, com o tempo, ler só não basta. Precisamos de ler coisas que nos façam pensar.
Um dia, reparamos que pensar já não nos entusiasma. E então queremos descobrir e reinterpretar estilos surreais escritos por verdadeiros Reis das palavras e do devaneio.
Caiu-me nas mãos um Lobo Antunes. "O arquipélago da Insónia".Ainda não descobri se é bom ou mau. Mas tem-me dado uma óptima nova perspectiva de como é  a nossa mente, de como realmente pensamos, e quão complexos somos e não queremos ser. Pensamos e vivemos presentes e passados, confusa e envolventemente.
A nossa mente. Isto lembra-me com é o Mundo. Como é a vida. É no fundo, como ler António Lobo Antunes.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A fonte da Cultura

Não vem como noticia de ultima hora, mas vem como um acontecimento que merece ser contado.
Eis aqui:
São muitos anos de histórias gravadas nas paredes, ouvidas contar por pessoas que iam buscar água, com pesados cântaros de barro à cabeça. Desde 1765 (MDCCXV), que a fonte, conhecida por muitos como “A fonte dos lavadouros” e por outros, principalmente pelos mais velhos, como “A fonte do Manuel Constâncio”, tem muito para contar.
E buscando cada história com algumas histórias, o CPCD contou-as.
Começou com um jogo de Futebol, protagonizado também, por pessoas com história. Quer a equipa actual se Sentieiras, quer todos os que por lá já passaram, fazem parte da Aldeia. E a tarde prolongou-se noite a dentro...
No ambiente místico da fonte, jantou-se, e esperou-se ansiosamente pelo regresso ao passado, que seria feito em vídeo, em fotografia, mas mais importante, seria feito por cada um, cada vez que viessem à memória factos contados, factos passados.
Os mais novos conheceram uma aldeia de há muitos anos, conheceram o antigamente, e certamente, conheceram pessoas que só de nome ouviram falar. Conheceram festas, familiares, lugares hoje inexistentes ou inacessíveis.
E os mais velhos...os mais velhos voltaram a ser novos, pelo brilho nos olhos, pela saudade que sentiram, pelo voltar ao tempo em o tempo era deles. Recordaram, lembraram, e conversaram, sobre Sentieiras.
A homenagem da noite foi sobretudo, a esta pequena aldeia, ao seu passado, ao seu presente. O futuro está agora nas mãos de cada um de nós.
Sentieiras. A NOSSA terra. A terra de todos, e é por todos, e por cada um que temos de lutar, imortalizando momentos, relembrando histórias, e fazendo história, porque as coisas não caem do céu, e é todos juntos que somos muitos. Somos um caso especial, e enquanto cada um não interiorizar isso, Sentieiras não viverá para sempre. Somos nós a vida, somos nós, que temos nas nossas mãos o poder de fazer aquilo que quisermos. Não vamos deixar Sentieiras morrer. Que ninguém faça Sentieiras parar!

Parabéns a todos, parabéns ao Centro, esperemos que cada vez mais, Popular de Cultura e Desportos

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Não chega a chegar

Perde-se forças, lançamos energia.
Caminha-se para lado algum. Leva-se um pouco, deixa-se tudo, mas não chega.
Avança-se sem uma mão para segurar.
Olha-se para a frente, fecha-se olhos, percebe-se que só saber que está não chega - tem de estar mesmo.
Estar sempre.
Chega o que se deixa? Serve o que se leva?
Talvez já não esteja permanentemente.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Antigamente Moderno

Abrimos o congelador, e o frigorifico. Percebemos que tem de haver uma ida ao hipermercado. E passamos pela peixaria, e deitamos o olho ás especies. Não pensamos, nem de longe, como o peixe chega até nós. E se pensamos, a ideia de um barco cheio de máquinas, e poucas pessoas vêm-nos a cabeça. E depressa esquecemos.
Até que um dia, num passeio, num "por acaso", descobrimos que nem sempre é assim. Descobrimos que há gente que se aventura na praia, e que vai para o mar, lança as redes, e apanha, fresco e acabadinho de passar ao largo, o melhor e o mais saboroso peixe.
Já não usam os bois a puxar as redes. São máquinas agora. Mas isso não tira valor e mérito ao que estes homens e mulhes fazem. Fazem de pescar por "arrasto" na praia, uma situação turistica, apelativa e chamativa, proporcionadora de belos momentos fotográficos, culturais, e uma simples pescaria transforma-se num verdadeiro espetáculo, que cruza gerações, séculos, e faz-nos pensar num dos sectores primarios básicos á nossa sobrevivencia de uma outra forma.
O "Viking" e o e o "Deus te salve" fizeram isto, e muito bem, no Sábado passado, em Vieira de Leiria

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cada recanto da mente tem um pedaço de presente, um pedaço de passado, um pedaço de cada um. Cada recanto da mente, tem uma saída.