quinta-feira, 26 de novembro de 2009

REconhecer o país..

"Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE. Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial em tecnologia de transformadores. Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.
Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema
biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.
Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.
Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.
Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os toda a EU.
Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.
Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.
Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.
Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo.
O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive...
PORTUGAL
Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.
Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe,como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo ) .
É este o País de sucesso em que também vivemos, estatisticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravíssimos problemas no ambiente e na saúde... do que se atrasou em relação à média UE...etc.
Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso.
É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso."

Acabou o artigo. Porque é que esses técnicos e gestores tão bons não estão no governo?

Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Historicar


imagem retirada de:animo30.wordpress.com

"Era uma vez...um menino...e uma menina...que eram muito amigos..."

E a seguir? Um sem número de possibilidades! Um leque enorme de verbos, adjectivos, pronomes...uma alargada gama de classes gramaticais, regras lexicais e formais.

E como para qualquer texto, é necessário imaginação e audácia. Perspicácia. Sentido de oportunidade, para não deixar escapar a oportunidade, quiçá única, de mudar o rumo da história.
E deixamo-nos levar pelas palavras, provenientes do mais íntimo lugar da nossa mente, do nosso coração. Deixar as palavras fluir e brincar com elas. Não saber a receita, mas mesmo assim chegar ao resultado final.
Sorrir, pensar em silencio e com a música da voz.
E sem dar conta, fazer o fim, do princípio (seja ele qual for!) da história.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."
Clarice Lispector

domingo, 22 de novembro de 2009

Os erros que o acaso faz...

Considerar a Humanidade como um erro, Roger-Pol Droit, 101 Expériences de Philosophie
Quotidienne, Éditions Odile Jacob, Paris, 2001, pp.
151-152.:


«Tantas vezes nos disseram que éramos excepcionais! Centro do mundo, filhos de Deus, consciência do Todo, sal da terra, inteligência, seres falantes, espírito das ciências, vector do progresso. A nossa existência foi tão festejada por tantos mitos, religiões, filosofias, discursos complacentes, que não compreendemos os nossos desaires, as nossas baixezas, as nossas guerras intermináveis e infâmias sem nome. Houve, é claro, soluções de recurso explicando a nossa queda, a nossa maldição e a nossa dupla face. Podem experimentar uma desilusão mais radical, mas sem dúvida mais benéfica. Desfaçam-se de tudo o que possa constituir um qualquer sentido para a nossa existência. Considerem que a humanidade é um acaso, uma falha, um acidente biológico. Desenvolveu-se desordenadamente sobre uma rocha perdida num canto infinitesimal. Um dia, desaparecerá para sempre sem que ninguém dela guardememória, sem que ninguém se preocupe. Ao longo de dezenas de milhares de anos em que terá sobrevivido, esta curiosa espécie terá estagnado interminavelmente. Depois, ter-se-á multiplicado imprudentemente saqueando o seu mundo. Terá também acumulado, antes de desaparecer, uma quantidade de sofrimentos inimagináveis e inúteis, de massacres e fomes, de servidões e opressões. Observem lucidamente esta espécie absurda e violenta. Olhem no rosto a sua ausência de justificação, a sua existência efémera e insensata. Exercitem-se a amadurecer a ideia de que a humanidade não tem razão de ser nem futuro. Isto deverá contribuir para vos tornar serenos. É que, sobre este fundo de sem sentido e de horror, o estilhaçar de todos os sublimesvibra com uma graça sem igual. As músicas perfeitas, os quadros inesquecíveis, a glória das basílicas, as lágrimas dos poemas, o riso dos amantes…Tantas derivas do erro. Tantas surpresas inomináveis.»

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pontos

Temos dias..e dias!
Dias bons que são compensados com noites de pesadelos, de um "dorme-acorda" infindável. De exaltações e sobressaltos incompreensiveis, indecifráveis.
Noites que nunca acabam, que nunca terminam..nem com o sol brilhante de uma manhã nublada, nem com uma brisa gélida que nos toca os ossos ao sair de casa.
Impossível de comprender. De combater. Abrimos os olhos e fechamos. Piscamo-los uma infinidade de vezes. Quase nos beliscamos e andamos aos tropeções pelo dia fora... Sentamos e levantamos "o rabo das cadeiras e dos bancos" sem darmos conta. Participamos em conversas banais sem saber que dizemos. Instintivamente, olhamos as horas, olhamos à nossa volta. E tudo parece harmonico. Amigos conversam. Amigos divertem-se. Amigos são mais que amigos. Amigos nem sequer são amigos. E amigos começam a ser amigos, e deixam de ser amigos, e...
E paramos.
Pensamos o que é tudo.
Porque é tudo?
Qual o futuro amanhã? Porquê o hoje desta forma?
Como será tudo? Tal como no jogo, quais as diferenças?
Quais as consequências?
As causas? Os efeitos? Os preconceitos que surgiram e que vão surgir?
Até que ponto, pergunto, até que ponto os "outros" afectam o "nós", até que ponto há "outros", e até que ponto há "nós"?
Até que ponto a cabeça gira sozinha...
Até que ponto os pés saem do chão?

Até que ponto não aceitamos o ponto em que os pontos estão, e por causa desses pontos não conseguimos por um ponto que indique o ponto em que as coisas 'tão?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

TEmpErAmENtos

"Paradoxo dos Gémeos, ou Paradoxo de Langevin, é um experimento mental envolvendo a dilatação temporal, uma das consequências da Relatividade restrita. Nele, um homem que faz uma viagem ao espaço numa nave de grande velocidade, voltará em casa mais novo que seu gémeo que ficou"
in "Wikipédia"
O tempo também é relativo para outras coisas... para o stress, se estamos nervosos o tempo não passa, não anda. Se precisamos de tempo, ele voa, e num instante está na hora de fazer outra coisa.
E depois há situações em que o tempo pára. E que tudo à nossa volta se torna "nada". Não sentimos frio nem calor, e se trememos a causa não é climática. E por mais tempo que passe, parece sempre pouco, muito pouco...
Tempos que parecem eternos. Que são seguidos de longas e demoradas passagens de tempo.
Tempo que é eterno pela rasão inversa daquele tempo que não passa.
Eterno. Por tudo, e Eterno, por nada... O que já não é pouco!

sábado, 7 de novembro de 2009

Perguntas&Respostas

Incessantemente, procuramos respostas.

Coisas concretas.
Indicações do caminho certo a tomar.
Quando em vez de respostas nos surgem mais perguntas e duvidas, as coisas complicam.
A cabeça bloqueia, um turbilhão de emoções impedem de pensar. É necessário chegar a um ponto onde a única solução são mesmo as respostas.
E partimos em busca delas.
Deixamos de querer saber se é ou não justo sabe-las. Deixamos de pensar se temos ou não o direito de as fazer e de saber a sua resposta.
E seja qual for o resultado, quer existam ou não respostas, voltamos a conseguir pensar.
E então lutamos.
Dê no que der.
Haja o que houver!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"Sei que a liberdade tem um preço alto. Tão alto quanto o preço da escravidão; a única diferença é  que se paga com prazer e com um sorriso, mesmo quando é um sorriso manchado de lágrimas"


Paulo Coelho, in "O Zahír"

domingo, 1 de novembro de 2009

Miragem

Exactamente como um espelho...só quem está ao lado é que percebe a magia. Para quem está à frente, nada tem de belo olhar para o vazio. Mas sabemos que o infinito cheio está de grandes coisas.
E o espelho, só fica completo com a outra metade.
Passa-se assim com tudo.

E esticamos o braço para alcançar aquilo que está ao lado, mas em vez de procurarmos de olhos fechados, só com o coração, sem haver preocupações com mais nada, procuramos com os olhos abertos, e deixamos-se iludir por palavras ocas, tornadas banais, por serem ditas de olhos abertos para o espelho.
São os olhares o alimento de tudo. Fazem a conecção entre o interior e o exterior do espelho. São olhares repletos de tanta coisa...coisas indecifráveis, mágicas...
E depois vem um arrepio.
E pensamos.
Talvez chegue a altura de abrir os olhos, fechando-os, e ouvir só o coração, sem pensarmos, e ouvir a razão e lógica, sem “palavras ocas”, que tudo modificam, trocam, deixando banalizado e maltratado, “o olhar” de cada um.

E a miragem ganha forma, molda-se, e transforma-se na mais pura das realidades.