domingo, 1 de novembro de 2009

Miragem

Exactamente como um espelho...só quem está ao lado é que percebe a magia. Para quem está à frente, nada tem de belo olhar para o vazio. Mas sabemos que o infinito cheio está de grandes coisas.
E o espelho, só fica completo com a outra metade.
Passa-se assim com tudo.

E esticamos o braço para alcançar aquilo que está ao lado, mas em vez de procurarmos de olhos fechados, só com o coração, sem haver preocupações com mais nada, procuramos com os olhos abertos, e deixamos-se iludir por palavras ocas, tornadas banais, por serem ditas de olhos abertos para o espelho.
São os olhares o alimento de tudo. Fazem a conecção entre o interior e o exterior do espelho. São olhares repletos de tanta coisa...coisas indecifráveis, mágicas...
E depois vem um arrepio.
E pensamos.
Talvez chegue a altura de abrir os olhos, fechando-os, e ouvir só o coração, sem pensarmos, e ouvir a razão e lógica, sem “palavras ocas”, que tudo modificam, trocam, deixando banalizado e maltratado, “o olhar” de cada um.

E a miragem ganha forma, molda-se, e transforma-se na mais pura das realidades.

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