segunda-feira, 9 de março de 2020

Chovia e fazia sol. Não sabia se ficar em casa significava evitar uma ou outro. Deambulava pela casa e pela teia de pensamentos que corriam. Nunca certos, assolavam a existência de uma forma ritmada, mas sem padrão. Cruzava o olhar com a televisão, com os livros, com a tentação de sair e com a necessidade de ficar. Agarrava o telemóvel. Não sabia o que esperava, mas ansiava alguma coisa. Acreditava no tempo, no amor e na existência. Levantei-me. Fui a janela. Ouvi o barulho da vida, citei os poetas mais conhecidos, rezei de uma forma inconhecida por Deus. O sol decidiu por mim ficar e eu fiquei com ele. Aqueci a cara, as mãos, o peito.
Fechei os olhos e escolhi estar.

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