terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Luz

O frio, que congela entranhas, e que move montanhas, e que muda paisagens, despe ramagens, consola também a perda, cega e desmedida das coisas.
O frio, trás as lembras de dias agora também de outono, e outros de inverno onde se ouviam passarinhos e o sol que teimava em estar.
O frio, que mesmo nos dias mais quentes de verão chega, abraça e leva consigo a luz e a leveza da vida, tão querida, que nos faz questionar.
O frio, que deixa as grandes perdas mais vivas, sempre, sempre presentes.
E por mais que o tempo passe, que venha o frio, nada tira o brio da tua vida, tão querida.
O frio, que ás vezes vem de passagem, outras vezes fica para ficar, despoletado por um sopro da memória de outros tempos que ainda são presente, inunda a alma. E por um momento, mesmo que escasso e vazio pela falta da tua presença, tudo não passa de um pesadelo, e o presente volta a ser o passado antes de ser o futuro, agora presente, sem a tua luz.

Impulsos

Salta-me à memória o dia em que conheci os refegos das tuas mãos, e através delas partilhamos os mesmos impulsos nervosos.
Éramos duas crianças a brincar aos adultos, sem saber que a vida nos ia fazer cair uma e outra e tanta vez.  Não sei se lutamos pouco ou se no fundo não havia nada para lutar. Fizemos o nosso destino uma, outra, e outra vez. Cega-nos hoje as lembranças de um passado que teima em tocar no presente e que o nosso próprio bem deve ficar no passado.
Bem lá atrás, escondido nas memórias felizes e fugazes com que fomos presenteados. Porque o que importa não precisa de ser longo ou duradouro. Existiu, e isso irá alimentar as nossas almas até um dia, noutra vida quem sabe, ficarmos juntos para sempre.

(Not) The Last, and (not) the list

Um século passou desde a última vez que botei prosa aqui.
Perdi passwords, e também perdi o norte, e outros pontos cardeais todos.
Hoje, algo me fez re-visitar este espaço, e o bichinho pela escrita que nunca se perdeu, fez-me insistir até conseguir entrar.
Ressuscitei o "outros lados do olhar". Eu própria ressuscitei muitas vezes ao longo destes quase 7 anos sem escrever aqui. Mudei, adaptei-me, e achei também que não tinha de o fazer.. que se lixe o resto!!
Escrever e fotografar vão-se manter acesos aqui. Espero que com uma frequência que me permita não me esquecer deste cantinho.
A quem vem pela primeira vez, e aos que vêm mas já não se lembram... este é um blog sobre coisa nenhuma, mas inspirado nas coisas todas...da vida.
Sejam re-benvindos!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

 O Mondego, de uma estrela emana juventude, que em Coimbra faz nascer emoções.


Parque Verde do Mondego, Coimbra, Janeiro 2012   

sábado, 2 de junho de 2012

Timidamente, há uma lágrima que saltita em lugar incerto e brota em locais diferentes do olhar. Não se sabe onde, nem quando, mas ela vai explodir.
Quando isso acontecer, podem vir tempestades, calmarias, desertos de calor, que nada vai mudar a bolha de sabão, feita com a água salobra das minhas lágrimas, que se formar entre mim e ti.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Gostava que o tempo nascesse, e que não precisasse de dormir  nem de descansar. Adorava ser imune a metade de tudo o que se passa, e não me precisar de lamentar pela falta de tempo em alimentar este blog. Adorava continuar a ser menina que escreve em cadernos de aulas que eram perdidas entre conversas ás tantas da noite e intervalos que vinham. E saudades que nasciam de coincidências que despertavam sorrisos. e que agora não despertam nada...

quarta-feira, 7 de março de 2012

Estranhas pessoas fazem-nos lembrar conhecidas memórias.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Pequenas aragens trazem grandes recordações de grandes prenuncios de intempéries que acabaram por acontecer. E cumpre-se a fóbica recordação de que a recordação vai voltar. Então volta, cumpre a sua função - arrepia, magoa, enraiva, e vai.. - tão sorrateiro como quando chegou.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Cada dia foge pelas entranhas do Mondego, pelos caminhos traçados por alguém que um dia veio a ser Rei, por capas pretas arrojadas pelas calçadas ladeiradas. Pingas de suor que transbordavam equações químicas, matemáticas,  nomes de ossos, músculos e foramens,  letras, grandes análises de obras jorram nas ruas. E cai noites soberbas onde serenatas acordam os habitantes mais antigos. E nascem os dias. E cala-se a noite. E voltam as capas a arrojar nas ruas.

sábado, 31 de dezembro de 2011

O tempo foge por todas entranhas da vida... acelera o passar do tempo, e de 360 graus, surgem mudanças. Do dia 365 para o primeiro do próximo ano, não há mudanças. Há renovação de votos. De desejos que porventura, nunca serão cumpridos.
De qualquer forma, senhor 2012, seja muito bem vindo, e não seja demasiado drástico com o mundo. Deixe que todas as coisas boas aconteçam, e doseie muito bem as menos agradáveis!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quero escrever. E a vontade raptou-me das paragens onde devia estar. E corro pela mente a fugir da vontade - ladrão. E a mente, afinal, é ciclica. E venho encontrar a vontade de escrever. E faço-lhe a vontade. Mas só um bocadinho...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Alguém um dia irá repor as pedras em falta?
Escreve a saudade com a tua mão
E faz-me ver com os olhos o teu coração
Pois chegou a hora de poder sorrir
É que o vento trouxe o cheiro sem mentir
É doce amargo cheio de cor
Sem peso ou marca para onde eu for
Se mexer no lento cheiro preso aqui
Tenho o cheiro solto vivo mesmo ao pé de mim
Se dormir no louco cheiro e acordar
O mesmo cheiro em todo o corpo vai ficar
É doce amargo cheio de cor
Sem peso ou marca para onde eu for
Serei o que temer

Penso que se trata da letra de uma musica de Lucia Moniz
Parei por perder
O lento respirar
Este novo cheiro um beijo me deu
É filho de um cheiro que envelheceu
Tinha todo o nome de um cheiro maior
Que chega com os passos que ouço em redor

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Coabita em mim - tal como em Fernado Pessoa, e em quem se cruza comigo no passeio - várias pessoas que lutam entre si várias vezes ao dia, por várias causas diferentes, por várias situações distintas. Balança o sopro do vento artroz na janela, treme o vidro. Grito? Adormeço? Vou para a rua?
Canta o rádio no carro que passa. Danço? Ignoro? Comento?
E a pessoa que se cruza no passeio, alheia aos meus insensatos pensamentos, passa por mim. Viro a esquina, desligo a mente,  e caminho, novamente sozinha.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pela segunda vez, dou um saltinho ao mundo dos concursos.. pela segunda vez é o promovido pelo Santandertotta.
Passe por lá.. espreite, veja se gosta.. e vote!

 Memórias vazias

Fica um pouquinho do texto:

"Cliquei na pasta vazia, outrora cheia de sonhos e esperanças em futuros paralelos ao presente de hoje. Abriu-se uma das primeiras de muitas, que se revelou a única recordação física daquilo que foram labaredas de incessante conquista e descoberta."

(excerto)

domingo, 16 de outubro de 2011

Parte I

Quanto tempo mais aguenta o Ser Humano sem a condescendência necessária á sua liberdade física - ir para onde quer -  e psíquica - agir como desejar  -.
Quanto tempo mais aguentará o Ser Humano a hipocrisia das ações e das emoções. Quanto tempo - pergunto de novo - demorará o Ser Humano a ser egoista quando necessário, e consigo mesmo, em vez de o ser, mesquinhamente, com os outros.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Os olhos da nossa memória, vêem melhor do que os nossos"

Entre uma e outra estação do Metro de Lisboa
"Debaixo do chão", também se conhece a cidade

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Crescemos em partes separadas do mesmo Mundo.. Cantámos o mesmo hino, soletrámos as mesmas palavras dissemos o mesmo alfabeto. Olhámos as mesmas estrelas solenes e graciosas. E sorrimos ao olhar para elas. Houve nós de garganta, gargalos de garrafa, gargalhadas. Gostámos das mesmas coisas e chutámos a bola, empurrando o céu, para o alcance dos sonhos ser maior. Para aumentar o limite de chegar ao fim de algo, ao princípio de outra coisa.
E terminamos de costas voltadas. Um, aos chutos para o céu.. outro, a empurrar o Mundo. Quem é quem?

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Toda a gente fala, resmunga, diz que vai. Mas quando entra e faz, torna-se mais difícil. Há um Deus Negro na Terra, personificado em muitas pessoas que te ordenam. Há um objectivo pessoal em cada um dos seus servos, mas há um único fim naquele Deus personficado. E três dias bastaram para os servos absorverem aquele espírito que torna o Deus um só. E uma salva de palmas, e um levantar de capas deixa a emoção que é estudar em Coimbra, como de tanta gente fala, mas como nem todos já sentiram.

praxis,
depois do concurso de cursos 

sábado, 24 de setembro de 2011


Coabita duas meias realidades, duas meias verdades, num país sem cor nem luz...dos anos 50. Dum século perdido, deixa a despido a pele histórica, relatadora de factos que acontecem em cada instante. É constante o sonar da história, em meias verdades, acompanhada da sua restante mentira, de boca em boca.  Somos metades que sempre se complementarão. Como outrora foi falado, venha a cor e deixe de haver mentira, que a história perderia o encanto.
_________Deixem sempre espaço para sonhar -